Filme
de drama brasileiro de 2001, dirigido por Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz
Bolognesi baseado no livro de Austregésilo Carrano Bueno, ex-interno de um manicômio,
que relata a crueldade vivida durante o tempo que esteve numa instituição de
“recuperação” de doentes mentais. Tornou-se um ativista na causa da extinção
dos manicômios no Brasil.
Neto
era um adolescente normal, o segundo filho de uma família de classe média de
São Paulo. Certa feita, seu pai, que era muito conservador e zeloso da família,
encontrou, por acaso, um cigarro de maconha que caíra do bolso de sua blusa.
Convicto de que seu filho estava com problemas de drogas, já que ultimamente
vinha se comportando de forma esquisita, o pai decidiu procurar ajuda médica.
Com a influência da irmã mais velha que conhecia umas pessoas, o pai conseguiu
internação para Neto em uma clínica.
Ninguém
de fora tinha ideia do inferno que os pacientes viviam lá dentro do manicômio
onde Neto fora internado. A visita de familiares aos doentes era controlada e,
só havia depois dos primeiros quinze dias de internação. Nesse tempo, o
paciente recebia, além de potentes calmantes, também, remédios para abrir o
apetite. Os familiares quando viam o paciente bem mais corado, mais gordo,
acreditavam que estava sendo bem tratado.
Por
mais que Neto tentasse falar ao seu pai sobre o que estava sofrendo naquela
internação, ele não acreditava. Os médicos já o tinha preparado para não
acreditar no doente. Neto não conseguia dizer e por mais que dissesse ninguém
acreditava que ele estava tomando, além de muitas porcarias químicas, também,
choque elétrico na cabeça, ficava trancado em quarto escuro sem ventilação todo
sujo de urina e fezes. Sua situação só estava piorando, agora estava ficando realmente
um doente mental.
Devido
à tristeza que se encontrava a mãe de Neto, seu pai decidiu levá-lo de volta
para casa, mas ele não ficou bem. Neto tentou voltar à vida normal, arranjou um
emprego, mas não conseguiu mantê-lo. Certa noite numa balada, após ter bebido
muito, Neto levou uma moça para o banheiro e descobriu que os remédios o
deixaram impotente sexualmente, revoltado, quebrou tudo que viu pela frente e a polícia foi chamada. Neto foi preso e
encaminhado para outra “clínica de recuperação” para pessoas violentas e
desequilibradas. Ele conheceu o inferno pela segunda vez, ao ponto de tentar se
matar tocando fogo na cela onde estava confinado. Quando seu pai finalmente
percebeu o mau que fizera internando-o,
já era tarde, já havia muitas sequelas. Na cena final, pai e filho, ambos
visivelmente derrotados e destruídos como pessoas, ficam sentados numa praça,
apáticos, vazios, olhando para o nada.
Felizmente,
após muita luta de ativistas como o autor do livro que mostraram para o mundo
os horrores vividos no interior dos manicômios, estes foram desativados.
LÚCIA HELENA DA ENCARNAÇÃO - acadêmica da 5ª etapa do curso
de pedagogia, da Faculdade UNAERP - Campus Guarujá - 2013 .
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