terça-feira, 2 de abril de 2013

CAPITÃES DA AREIA resenha


            Romance publicado em 1937 pelo escritor baiano Jorge Amado. –5ª edição, Martins Editora S.A., São Paulo.
A história que é ambientada em Salvador, capital da Bahia e tem seu início com a publicação de cartas no jornal local dirigidas às autoridades que se justificavam por não poderem conter a onda de violência praticada por um grupo conhecido como Capitães da Areia. Segundo diziam, eram mais de cem bandidos perigosos. O mais velho do bando tinha no máximo dezesseis anos. Ninguém sabia onde se escondiam. O povo pede providências, dizia o jornal. Mas, uma leitora indignada escreveu dizendo que preferia ver seu filho com os Capitães da Areia do que tê-lo no reformatório, que era um inferno. O padre João Pedro concordou com ela e ficou mal visto pelas autoridades.
Na verdade, eram órfãos abandonados, que tinham como únicos amigos adultos o padre, a mãe-de-santo Don`aninha e o pescador Querido-de-Deus. O líder tinha treze anos e se chamava Pedro Bala, ele era filho de um sindicalista que foi morto durante uma greve. Os Capitães da Areia vadiavam pelos becos de Salvador e dormiam num trapiche abandonado do velho cais. Essas crianças sequer nomes tinham, eram chamadas por apelidos. Era um grupo relativamente organizado de meninos que viviam como adultos para sobreviver. Quase sempre se dividiam em subgrupos comandados por “homens” de confiança do chefe. Eram eles: Volta Seca, que se dizia afilhado de Lampião e sonhava um dia em ser cangaceiro; o Professor, que aprendera a ler sozinho e era sempre ouvido pelo chefe e por todos; o Gato, que com seu jeito de malandro, seduzia as prostitutas; Sem Pernas, o mais malvado do grupo, se fazia de coitadinho para se e se infiltrar nas casas para furtar; o negro João Grande, que tinha um coração do seu tamanho e protegia os meninos menores; o Pirulito, muito religioso e preferido do padre, rezava antes e depois de praticar os furtos; tinha também o negrinho Barandão que se tornou chefe depois que o Bala saiu da chefia; Dora era a única menina admitida entre eles e se tornara como mãe e irmã para todos, diziam que era mais valente que muitos homens.
À medida que iam crescendo, os já rapazes, iam deixando o bando, seguindo cada qual o seu próprio destino, mas sempre chegavam novos meninos; o Sem Pernas se matou para não ser preso; o Pirulito seguiu sua vocação e entrou para o seminário, Pedro Bala virou ativista sindical. Ao final, o conhecido camarada Pedro Bala estava perseguido pelas polícias de cinco Estados como organizador de greves, atuando em partidos ilegais. Tornou-se um revolucionário admirado pelas pessoas de sua classe.
A obra relata a vida de crianças órfãs largadas à própria sorte pelas ruas da cidade e que, sem ter apoio das autoridades, se uniram para sobreviver praticando delitos.

LÚCIA HELENA DA ENCARNAÇÃO - acadêmica da 5ª etapa do curso de pedagogia, da Faculdade UNAERP - Campus Guarujá - 2013.  
                                    

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