Romance
publicado em 1937 pelo escritor baiano Jorge Amado. –5ª edição, Martins Editora
S.A., São Paulo.
A
história que é ambientada em Salvador, capital da Bahia e tem seu início com a
publicação de cartas no jornal local dirigidas às autoridades que se justificavam
por não poderem conter a onda de violência praticada por um grupo conhecido
como Capitães da Areia. Segundo diziam, eram mais de cem bandidos perigosos. O
mais velho do bando tinha no máximo dezesseis anos. Ninguém sabia onde se
escondiam. O povo pede providências, dizia o jornal. Mas, uma leitora indignada
escreveu dizendo que preferia ver seu filho com os Capitães da Areia do que tê-lo
no reformatório, que era um inferno. O padre João Pedro concordou com ela e ficou
mal visto pelas autoridades.
Na
verdade, eram órfãos abandonados, que tinham como únicos amigos adultos o padre,
a mãe-de-santo Don`aninha e o pescador Querido-de-Deus. O líder tinha treze
anos e se chamava Pedro Bala, ele era filho de um sindicalista que foi morto
durante uma greve. Os Capitães da Areia vadiavam pelos becos de Salvador e
dormiam num trapiche abandonado do velho cais. Essas crianças sequer nomes
tinham, eram chamadas por apelidos. Era um grupo relativamente organizado de
meninos que viviam como adultos para sobreviver. Quase sempre se dividiam em
subgrupos comandados por “homens” de confiança do chefe. Eram eles: Volta Seca,
que se dizia afilhado de Lampião e sonhava um dia em ser cangaceiro; o Professor,
que aprendera a ler sozinho e era sempre ouvido pelo chefe e por todos; o Gato,
que com seu jeito de malandro, seduzia as prostitutas; Sem Pernas, o mais
malvado do grupo, se fazia de coitadinho para se e se infiltrar nas casas para
furtar; o negro João Grande, que tinha um coração do seu tamanho e protegia os
meninos menores; o Pirulito, muito religioso e preferido do padre, rezava antes
e depois de praticar os furtos; tinha também o negrinho Barandão que se tornou
chefe depois que o Bala saiu da chefia; Dora era a única menina admitida entre
eles e se tornara como mãe e irmã para todos, diziam que era mais valente que
muitos homens.
À
medida que iam crescendo, os já rapazes, iam deixando o bando, seguindo cada
qual o seu próprio destino, mas sempre chegavam novos meninos; o Sem Pernas se
matou para não ser preso; o Pirulito seguiu sua vocação e entrou para o
seminário, Pedro Bala virou ativista sindical. Ao final, o conhecido camarada
Pedro Bala estava perseguido pelas polícias de cinco Estados como organizador
de greves, atuando em partidos ilegais. Tornou-se um revolucionário admirado
pelas pessoas de sua classe.
A obra relata a
vida de crianças órfãs largadas à própria sorte pelas ruas da cidade e que, sem
ter apoio das autoridades, se uniram para sobreviver praticando delitos.
LÚCIA HELENA DA ENCARNAÇÃO - acadêmica da
5ª etapa do curso de pedagogia, da Faculdade UNAERP - Campus Guarujá - 2013.
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