quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS Resenha

Esta obra foi escrita em 1945 e lançada, no Brasil, em sua 1ª edição no ano de 2000 pela Editora Globo de São Paulo. Além desta, George Orwell escreveu outras obras-primas como “Lutando na Espanha e 1984”. Tendo por pseudônimo Eric Arthur Blair, nasceu na Índia em 1903 e foi um dos maiores escritores na Inglaterra. Neste livro, o autor satiriza o regime totalitário vigente na época. 
Na “Granja do Solar”, a vida corria normalmente até que um dia, o Sr. Jones que era o proprietário, deixou as janelas internas do celeiro abertas. De madrugada, houve uma certa agitação naquele lugar, pois os habitantes, animais caseiros, se reuniram em torno do velho Major, um porco sábio. Este incutia ideias revolucionárias nas cabeças dos bichos.
O velho porco os incitava a se revoltarem contra o dono da propriedade e em seus discursos acalorados, lembrava-se dos maus tratos e privações que sofriam.
Aquela reunião, com cantorias e “palavras de ordem”, foi dispersa pelo Sr Jones que atirara com uma espingarda pensando que o barulho tivesse sido provocado por uma raposa.
Dias depois, o Major faleceu, mas suas ideias ficaram na cabeça de todos, principalmente, de dois jovens suínos, Bola-De-Neve e Napoleão e também do capado Garganta. “Diziam que Garganta era capaz de convencer que preto era branco”. Juntos, os três tomaram para si o dever de organizar a tão sonhada Revolução dos Bichos, baseada nas ideias do Velho Major.
Depois de algumas reuniões noturnas ficou decidida a inconfidência. O poder foi tomado e os humanos foram expulsos da fazenda com mais facilidade do que se esperava. Os líderes instituíram novas regras de convivência baseadas no princípio do “Animalismo”. Esse princípio se baseava em sete mandamentos que “constituiriam a lei inalterável pela qual a granja dos bichos deveria reger sua vida a partir daquele instante, para sempre.”.
 Eram os mandamentos:
“1 – Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; 
2 – Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas ou tenha asas, é amigo; 
3 – Nenhum animal usará roupas; 4 – Nenhum animal dormirá em cama; 
5 – Nenhum animal beberá álcool; 
6 – Nenhum animal matará outro animal; 
7 – Todos os animais são iguais.”
Bola-de-Neve resumiu os sete mandamentos em: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim.”, adiante, esses mandamentos foram sendo alterados conforme lhes eram convenientes.    
Por outro lado, a notícia da revolução se espalhou por outras fazendas e os homens temendo que o mesmo ocorresse por lá, decidiram enfrentar e derrubar os bichos. Foi uma batalha sangrenta, mas a vitória foi dos animais, e isso inspirou um grande espírito cívico na comunidade vencedora. De certa forma, todos se sentiam responsáveis, mas o poder estava concentrando nos dois cachaços, que, entretanto, divergiam em suas ideias e ações.
O que ninguém sabia é que Napoleão havia criado, secretamente, no sótão, uma matilha de nove cães, que foram tirados ainda filhotes de Lulu e Ferrabrás, que bem alimentados e treinados mais pareciam lobos ferozes. Dessa forma, Napoleão, usando a força desses cães para intimidar, proclama-se ditador e impõe as regras que lhe convém. Ele, agora ditador, tomou como seu, o projeto faraônico de seu adversário político, a construção de um moinho de vento, e obrigou, sutilmente, a bicharada a trabalhar arduamente nele.  
Com a chegada de mais um inverno rigoroso, surgiram os primeiros problemas de abastecimento e os animais tiveram sua ração diminuída e o trabalho aumentado. Surgiram, então, as primeiras discórdias entre os bichos que facilmente foi reprimida pelo aparato canino de Napoleão. Medidas foram tomadas, a repressão aumentou e muitos bichos tais como ovelhas, porcos, galinhas, gansos e outros, foram executados de forma cruel. Todos da fazenda estavam mais pobres, menos os porcos e cachorros, que só usufruíam o melhor.
 Napoleão, então, resolveu negociar com os humanos, contrariando ao primeiro dos sete mandamentos do princípio que ele mesmo ajudara a criar. O pior é que, além de tantas humilhações, todos ficaram espantados em ver uma coluna de porcos que saia da casa caminhando, bizarramente, apoiados nas duas patas traseiras, imitando aos humanos.
Ouvindo risadas e cantorias que saía da casa onde os porcos passaram a morar, os animais, andando pé ante pé, atravessaram o jardim e espiando pela janela, viram Napoleão se relacionando estreitamente com os fazendeiros vizinhos em meio a um carteado. Homens e porcos dividiam cigarros e bebidas até que, ambos se entreolharam de forma igual um para o outro, pois alguém havia trapaceado no jogo. Não havia distinção de quem era quem, homem e porco, porco e homem todos estavam na mesma condição.
O texto revela a desumanidade dos regimes totalitários, onde a repressão, a injustiça e meios desonestos são utilizados para se permanecer no poder e dele abusar.    
Sendo assim, a educação é o bem mais precioso de um povo, sem ela o homem abaixa a cabeça e obedece. Tendo conhecimento o povo questiona e luta. 

LÚCIA HELENA DA ENCARNAÇÃO - Acadêmica de Pedagogia - Faculdade Unaerp de Guarujá.   
 

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