Esta obra foi escrita em 1945 e lançada, no Brasil,
em sua 1ª edição no ano de 2000 pela Editora Globo de São Paulo. Além desta, George
Orwell escreveu outras obras-primas como “Lutando na Espanha e 1984”. Tendo por
pseudônimo Eric Arthur Blair, nasceu na Índia em 1903 e foi um dos maiores
escritores na Inglaterra. Neste livro, o autor satiriza o regime totalitário
vigente na época.
Na “Granja do Solar”, a vida corria normalmente até que um dia, o Sr.
Jones que era o proprietário, deixou as janelas internas do celeiro abertas. De
madrugada, houve uma certa agitação naquele lugar, pois os habitantes, animais
caseiros, se reuniram em torno do velho Major, um porco sábio. Este incutia ideias
revolucionárias nas cabeças dos bichos.
O velho porco os incitava a se revoltarem contra o dono da propriedade e
em seus discursos acalorados, lembrava-se dos maus tratos e privações que
sofriam.
Aquela reunião, com cantorias e “palavras de ordem”, foi dispersa pelo Sr
Jones que atirara com uma espingarda pensando que o barulho tivesse sido
provocado por uma raposa.
Dias depois, o Major faleceu, mas suas ideias ficaram na cabeça de todos,
principalmente, de dois jovens suínos, Bola-De-Neve e Napoleão e também do
capado Garganta. “Diziam que Garganta era capaz de convencer que preto era
branco”. Juntos, os três tomaram para si o dever de organizar a tão sonhada
Revolução dos Bichos, baseada nas ideias do Velho Major.
Depois de algumas reuniões noturnas ficou decidida a inconfidência. O
poder foi tomado e os humanos foram expulsos da fazenda com mais facilidade do
que se esperava. Os líderes instituíram novas regras de convivência baseadas no
princípio do “Animalismo”. Esse princípio se baseava em sete mandamentos que
“constituiriam a lei inalterável pela qual a granja dos bichos deveria reger
sua vida a partir daquele instante, para sempre.”.
Eram os mandamentos:
“1 – Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo;
2 – Qualquer
coisa que ande sobre quatro pernas ou tenha asas, é amigo;
3 – Nenhum animal
usará roupas; 4 – Nenhum animal dormirá em cama;
5 – Nenhum animal beberá
álcool;
6 – Nenhum animal matará outro animal;
7 – Todos os animais são
iguais.”
Bola-de-Neve resumiu os sete mandamentos em: “Quatro pernas bom, duas
pernas ruim.”, adiante, esses mandamentos foram sendo alterados conforme lhes
eram convenientes.
Por outro lado, a notícia da revolução se
espalhou por outras fazendas e os homens temendo que o mesmo ocorresse
por lá, decidiram enfrentar e derrubar os bichos. Foi uma batalha sangrenta,
mas a vitória foi dos animais, e isso inspirou um grande espírito cívico na
comunidade vencedora. De certa forma, todos se sentiam responsáveis, mas o
poder estava concentrando nos dois cachaços, que, entretanto, divergiam em suas
ideias e ações.
O que ninguém sabia é que Napoleão havia criado, secretamente, no sótão,
uma matilha de nove cães, que foram tirados ainda filhotes de Lulu e Ferrabrás,
que bem alimentados e treinados mais pareciam lobos ferozes. Dessa forma,
Napoleão, usando a força desses cães para intimidar, proclama-se ditador e
impõe as regras que lhe convém. Ele, agora ditador, tomou como seu, o projeto
faraônico de seu adversário político, a construção de um moinho de vento, e
obrigou, sutilmente, a bicharada a trabalhar arduamente nele.
Com a chegada de mais um inverno rigoroso, surgiram os primeiros
problemas de abastecimento e os animais tiveram sua ração diminuída e o
trabalho aumentado. Surgiram, então, as primeiras discórdias entre os bichos
que facilmente foi reprimida pelo aparato canino de Napoleão. Medidas foram
tomadas, a repressão aumentou e muitos bichos tais como ovelhas, porcos,
galinhas, gansos e outros, foram executados de forma cruel. Todos da fazenda
estavam mais pobres, menos os porcos e cachorros, que só usufruíam o melhor.
Napoleão, então, resolveu negociar
com os humanos, contrariando ao primeiro dos sete mandamentos do princípio que ele
mesmo ajudara a criar. O pior é que, além de tantas humilhações, todos ficaram
espantados em ver uma coluna de porcos que saia da casa caminhando,
bizarramente, apoiados nas duas patas traseiras, imitando aos humanos.
Ouvindo risadas e cantorias que saía da casa onde os porcos passaram a
morar, os animais, andando pé ante pé, atravessaram o jardim e espiando pela
janela, viram Napoleão se relacionando estreitamente com os fazendeiros
vizinhos em meio a um carteado. Homens e porcos dividiam cigarros e bebidas até
que, ambos se entreolharam de forma igual um para o outro, pois alguém havia
trapaceado no jogo. Não havia distinção de quem era quem, homem e porco, porco
e homem todos estavam na mesma condição.
O texto revela a desumanidade dos regimes totalitários, onde a repressão, a injustiça e meios desonestos são utilizados para se permanecer no poder e dele abusar.
O texto revela a desumanidade dos regimes totalitários, onde a repressão, a injustiça e meios desonestos são utilizados para se permanecer no poder e dele abusar.
LÚCIA HELENA DA ENCARNAÇÃO - Acadêmica de Pedagogia - Faculdade Unaerp de Guarujá.
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